24.6.07

Pierre Restany

Para atingir o seu objetivo básico - que é a comunicação com o público - a arte não deve se render, a uma sociedade de apropriação dos meios de produção.Porque se a arte é fundamental para a humanidade... Se você acredita que é, se acredita que ela pode ensinar alguma coisa... E ao mesmo tempo acha normal um quadro custar mais do que a maioria das pessoas ganham, no ano inteiro... Ou na vida. Então existe uma grande contradição!Questionar o mundo... Fazer as pessoas verem as coisas de outras maneiras, não deveria ter a ver com o quanto cada um tem numa conta bancária!! O que estou dizendo é: Independente do que seja... Se a arte busca se comunicar com o público não deveriam existir barreiras financeiras pra que isso ocorra!Pierre Restany escreveu, em 1968 um “manifesto por umaarte independente”; “por uma arte total”. “A independência da arte - para a revolução; a revolução – para a libertação definitiva da arte”
Com a necessidade de assumir certas escolhas em comum foi fundado o grupo dos novos realistas, que se anunciaram ao mundo - com uma declaração escrita pelo crítico Pierre Restany - no dia 27 de outubro de 1960, em Paris, no apartamento de Yves Klein. O grupo contava com a presença de Arman , Dufrêne, Hains, Martial Raysse, Spoerri, Tinguely, Villeglé e Klein. César e Rotella , que haviam sido convidados, não estavam presentes mas participaram das sucessivas manifestações do grupo, às quais se uniram a seguir Niki de Saint-Phalle (1961), Chisto e Deschamps (1962). Na ocasião foram feitos sete manuscritos originais da declaração em papel azul, um em folha de ouro (menogold) e um em folha rosa (menopink).Em torno do pólo Klein - com seu misticismo, domínio das sensibilidades e sua teoria de comunicação por impregnação - reuniram-se os membros da escola de Nice: Arman e Martial Raysse. Arman, com sua lógica rigorosa de uma linguagem quantitativa e Martial Raysse, com uma sofisticação da natureza procuravam, junto com Klein, definir um modo geral de comunicação, uma síntese da expressão. Mais tarde se unem a eles César, com suas compressões e Chisto, “especialista em pacotes”.
O novo realismo busca ir “além da pintura” é um estado de espírito, o gesto fundamental de apropriação do real contemporâneo ligado a um fenômeno quantitativo de expressão, um ponto de vista , uma “higiene da visão”. Trás uma nova metodologia de percepção, um novo modo de ver baseado na constatação de uma natureza moderna e na rejeição da abstração livre da época, a fim de fazer uso dos objetos disponíveis em geral do material proveniente do ambiente urbano.
Pierre RestanyArtista marroquino (nascido em 1930) formou-se em Letras, Estética e História da Arte, realizando seus estudos na França, Itália e Irlanda. Participou pela primeira vez da Bienal de São Paulo em 1961 e no ano seguinte, na Bienal de Tóquio. Restany nos alertava sempre para o real, dos olhos se voltando para a realidade e da necessidade que ele percebia de se voltar para a participação do público.Pierre é um dos mais conhecidos críticos de arte. O seu nome está associado à fundação do Novo Realismo ( Noveau Réalisme) e a nomes de importantes artistas, entre os quais esta Yves Klein. Faleceu em 29 de maio de 2003, em Paris, aos 72 anos de idade. As propostas do grupo de Restany transformam-se em intervenções, cada vez mais conhecidas como: os “pacotes de Christo” e verdadeiras ações-espetáculos. Em síntese o grupo, que tem como um dos lideres o crítico Restany, procura desenvolver ações sobre uma questão chave: O que é Novo Realismo? Um novo aproximar-se perceptivo do real.
Restany apresentou ao mundo o caminho para a obra - show- espetáculo e desde a década de 60. Era um entusiasta das novas conquistas do homem, como a energia atômica, a automação e as navegações interplanetárias. Segundo ele o Novo Realismo: “Não é mais um luxo do espírito, mas uma necessidade do ser. A moral do homem de hoje é uma moral de comportamento, fundada não sobre a transcendência nem sobre a referência aos dogmas ideológicos, mas sobre um novo contato social ligado à exigência de sobrevivência. Sem esse axioma humanista não existe mais pensamento criativo concebível." "... A arte de vanguarda não é mais uma arte de revolta, mas uma arte de participação popular. Como assegurar as condições dessa participação? Voltando à realidade direta, a do nosso presente. Arte de comunicação de massa, arte da Segunda Revolução Industrial é uma arte popular por necessidade histórica".


Mavi

Alguns sites:
http://www.macvirtual.usp.br/mac/templates/exposicoes/exposicao_homenagem_pierre/exposicao_homenagem_restany.asp
http://www.mac.usp.br/projetos/arteconceitual/restany.htm

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